Estavam organizando um encontro de Jovens. Era costume chamar um pregador "de fora", como era dito, para ministrar a palavra. A expectativa era grande. Os ensaios, as musicas, os jovens.
Sei que cada um sente e descreve de uma forma, por isso, eu particularmente sentia-me excluído. Eu gostaria de liderar o vocal junto com os outros, mas sempre ficava de fora.
Notei também que existia um grupo seleto de "pessoas mais espirituais". Eu estava fora dele. Sempre. Nunca foi meu estilo. Eu era espontâneo, simpático, e as vezes isso me levava a criticas. Geralmente a mentalidade que se tem é que para ser ESPIRITUAL é preciso parar de viver. Isso é um engano.
Mas depois que comecei a ir ao monte com alguns Jovens as coisas começaram a mudar. Eu não fazia ideia de onde tudo aquilo poderia me levar. Eu não sabia.
O Pregador dos dois dias principais foi péssimo. Foi a época que aprendi mais piadas. Ele contata uma atras da outra. Falar de Jesus e sua palavra... NECAS. Foi um fiasco.
O Domingo a noite foi terrível. Fui levar a Polianna em sua casa e depois fui prá casa tristonho. Eu parecia um faminto sem ter o que comer. A fome era grande.
Nessa época eu estava ouvindo algumas mensagens pentecostais, lendo livros do Benny Hinn. Estava como um vulcão, preste a urgir.
Aconteceu na Segunda Feira. O Ultimo dia da festa. Eu tinha decidido não ir. Estava frustrado. Mas a Polianna insistiu que eu fosse. Queria que eu levasse um cd para ela ouvir em casa. Fui.
Na hora do cântico, emprestaram-me uma beca e chamaram-me para contar. Eu parecia um fantoche.
O Preletor daquela ultima noite era outro. Suspirei aliviado, mas não tinha expectativa alguma. O Nome dele era Nerildo Aciolly. Eu ja tinha ouvido falar dele. Pregava como uma metralhadora.
Lembro-me até hoje onde foi pregado. Engraçado que nem me lembro do que foi dito nas noites anteriores, mas desse dia lembro claramente. A mensagem girou em torno da visita de Pedro a Cornélio. Como ele era Judeu, teve que se aos explicar gentios presentes. Então termina sua fala dizendo: " E já que você mandou-me chamar, estou aqui. O Que posso te fazer?"
Em dado momento, o pastor Nerildo pediu que nos uníssemos em trio. Pediu para procurar pessoas desanimadas, que estivessem frias... Me juntei a dois moços e começamos a orar. Foi uma oração simples, formal. Nem precisou muito tempo, fui arrebatado por uma força SOBRENATURAL... que tirou-me daquele circulo e jogou-me a uns 30 metros dali. Perdi totalmente o controle sob meu corpo. Mas não perdi a consciência. Quem alega que somos "Sujeitos" ao Espírito não sabe o que está falando. Foi a coisa mais divina e violenta que já vi. Sentia-me um boneco, um trapo, um nada... Mas ao mesmo tempo sentia-me no céu, arrebatado, em êxtase.
Em dado momento, depois de dançar por todo o salão, sob os olhares de todos. Olhares com a interrogação mais bem feita do universo: Mas... ele?? Dançando???Como???
Nem eu saberia explicar. Saí da igreja em êxtase total. A Polianna me olhava de forma estranha. Parecia não ter gostado, sei lá. Eu jamais cheguei a perguntar a ela sobre o que achou. Não deu tempo.
Naquela noite sequer dormi direito. Estava em chamas. Ardia em mim, algo inexplicável. Alguém estava ali no quarto. E eu sabia quem era. Já havia ouvido falar dele. Agora o estava vendo. Ele estava ali. E nunca mais se foi.
Minha vida mudou. Meu ministério começava. Eu comecei a pregar, a ser convidado aos poucos. nunca mais fui o mesmo.
Depois dessa experiencia, passei por lugares escuros, sombrios, mas Ele sempre estava lá comigo. Acredito que sem essa experiencia jamais teria sobrevivido tanto. Ele mudou minha vida. Para sempre.
Eu começei a falar com as pessoas. Elas precisavam recebê-lo também. Cheguei a forçar. Arrumei briga, foi cruel. Alguns não quiseram sequer ouvir. Espirito Santo? Quem quer saber? Eu era muito inocente. Pensava que todos deveriam ter aquela experiencia que tive. Mas enganei-me. Com o tempo descobri que ela é para poucos. Apenas para quem consegue tocar o céu com a adoração.
Sou eternamente grato a Deus pelo seu amor!
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